No fim do artigo da primeira
parte sobre a história da SsangYong, vimos que a montadora, assim como diversas
outras conterrâneas, estava em maus lençóis com o agravamento de suas dívidas,
alavancadas pela crise asiática. A divisão de automóveis do chaebol SsangYong
acabou sendo vendida para a Daewoo em 1998, que, curiosamente, também passava
por dificuldades financeiras na época. A única mudança visível nos carros foi a
substituição dos emblemas e grade frontal da SsangYong pelos da Daewoo na linha de produtos da
SsangYong.
Daewoo Musso (foto: autowp.ru) |
Durante o controle da
Daewoo, a SsangYong passou por um programa de reestruturação corporativa. Logo
depois, a Daewoo pediu falência. Consequentemente, a SsangYong tornou-se independente
do Daewoo Group em abril de 2000. Os anos seguintes foram marcados pela
renovação da gama de produtos, seja com reestilizações, caso do Musso, ou com
novos modelos, como o Rexton, Chairman e Rodius.
SSangYong Rodius (foto: naver.com) |
Em 2004, a montadora chinesa
SAIC comprou 51% das ações da SsangYong. O que parecia ser uma boa injeção de
dinheiro para promover o crescimento da companhia coreana, mostrou-se, na
verdade, um grande pesadelo num intervalo de cinco anos. Sob o controle dos
chineses, a SsangYong lançou os novos modelos Kyron e Action em 2005. Em 2008,
foi lançado o Chairman W, novo sedan de luxo da marca. No entanto, o
investimento realizado pela SAIC e o lançamento de novos produtos não impediram
que a SsangYong fosse colocada em recuperação judicial em janeiro de 2009, após
registrar perdas de 75 milhões de
dólares. Em agosto do mesmo ano, a principal fábrica da montadora sul coreana,
localizada em Pyeongtaek, ficou paralisada por 77 dias devido a uma greve de
funcionários.
O processo de recuperação
judicial da SsangYong deu início a uma investigação por parte do governo
coreano. Os procuradores acusaram a SAIC de obter ilegalmente tecnologia sobre
propulsão híbrida desenvolvida pela SsangYong, paga com recursos do governo sul
coreano ao longo de 2006. A SAIC também foi acusada de não cumprir com o
compromisso de manter investimentos na SsangYong. A companhia chinesa negou
irregularidades. Mesmo assim, acabou sendo processada pela procuradoria sul
coreana.
SsangYong Chairman W (foto: naver.com) |
Em 2010 A Zyle Motor Sales,
uma rede de concessionárias de automóveis sul coreana que operava de forma similar à
CAOA e MMC no Brasil, firmou parceria com a SsangYong Motor Company para
venda de seus automóveis em troca da injeção de 20 bilhões de wons na
fabricante, que ainda se recuperava da falência. Em abril do mesmo ano, a
SsangYong divulgou uma nota citando o interesse de algumas empresas locais e
estrangeiras em adquirir a SsangYong Motor Company. As empresas interessadas
eram a Mahindra & Mahindra, Ruia Group of India, SM Aluminium, Seoul
Investments e Renault-Samsung Motors. Em agosto de 2010 a escolhida foi a
Mahindra & Mahindra, que desembolsou 522,5 bilhões de wons numa transação
que foi concluída em fevereiro de 2011.
Em meados de 2010, a
SsangYong lançou um novo Korando, que guardava apenas o nome em comum com a
geração anterior. Em 2012, foi lançado uma reestilização para o modelo Rexton e
em 2015 foi lançado o Tivoli, o primeiro modelo desenvolvido inteiramente sob o
comando da indiana Mahindra & Mahindra. A Ssangyong fechou o ano de 2015
com 144.764 unidades vendidas. Já em 2016, as vendas foram de 155,844 unidades,
sendo que mais de 85 mil unidades correspondem ao modelo Tivoli. Curiosamente,
o mercado que mais importou modelos da SsangYong em 2016 foi o Irã.
SsangYong Korando (foto: autowp.ru) |
SsangYong Tivoli (foto: autowp.ru) |
Em 25 de fevereiro de 2017, em mais uma
demonstração da importância do mercado do Oriente Médio para a SsangYong, a montadora coreana assinou um acordo com a Saudi
National Automobiles Manufacturing Co. (SNAM), para que uma picape de codinome
Q200 (ainda não lançada), seja fabricada sob licença pela companhia árabe a
partir de 2020. A SNAM faz parte do Safari Group, que reúne diversas empresas
criadas com capital estatal. A SNAM é a primeira fabricante automotiva da
Arábia Saudita, que pretende ingressar no mercado local com um projeto da SsangYong.
Interior do XAVL Concept, o mais recente modelo da SsangYong, exibido no Salão de Genebra de 2017 |
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